segunda-feira, 30 de julho de 2007

Publicações

O Diário do Sul de hoje dá conta do lançamento de duas novas publicações:

- A saída recente do n.º 1 da "NOVA SÍNTESE", revista literária editada pelo Campo das Letras. A revista contém textos e contextos alusivos ao "neo-realismo". A não perder por todos os apreciadores da literatura neo-realista. Esta revista encontra-se à venda em todas as livrarias.

- Foi editado pela AMBAAL o livro de Francisco do Ó Pacheco com capa de António Carrilho, intitulado "Crónicas de Beja". Este livro agrupa textos publicados pelo autor na imprensa, ao longo de 7 anos. Análise atenta ao que foi acontecendo na região sul Alentejana.
Um abraço

Universidade sénior de Évora

No encerramento do ano lectivo 2006/2007 um grupo de alunas da Universidade Sénior leram umas quadras da autoria de Celeste Avó Charneca, imitando os Jograis. Celeste Avó Charneca tem 76 anos de idade e é considerada como a Alma da Universidade Sénior de Évora. Os meus parabéns a todos os Séniores que tão bem demonstram que "idade não é documento" e que nunca é tarde para aprender (nem para ensinar tão bela lição de vida).
As quadras foram publicadas no jornal Diário do Sul de 30-07-2007. Passo a transcrever:

Somos jovens com mais idade
Somos pessoas adultas
Andamos na Universidade
Nunca é tarde para sermos cultas.

É Universidade mista
E todos somos iguais
Já somos uma grande lista
E para o ano ainda mais.

Temos uns bons professores
E todos estamos contentes
São esses grandes senhores
Que ensinam toda esta gente.

A nossa Maria de Jesus
Coordenadora extraordinária
Que a nós todos seduz
E a nossa Carla voluntária.

É fim de ano lectivo
E vimo-nos despedir
Continuamos no activo
Para o ano queremos vir.

Só um ano não nos basta
Queremos um curso importante
Queremos a bênção da pasta
E ir ao banho na fonte.

Sabemos dizer "Bué"
A estes jovens nada escapa
Assim mesmo é que é
Respeitinho p'la nossa capa.

Viva a nossa Universidade
É de todas a maior
Onde reina a igualdade
É a Universidade Sénior.
Celeste Avó Charneca
UAU! vivam todos os estudantes da Universidade Sénior. De certeza que esta "estudantada bué de fixe" não deixa os seus créditos por mãos alheias. De fazer inveja a muitos "cursistas" famosos de outras universidades. Exemplos? Todas as universidades que têm andado nos últimos tempos nas "bocas do mundo". E mais não digo...

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Tenho um espelho colocado na minha frente
feito de fragmentos, estilhaçado em mil pedaços
ele reflecte não a sombra do que sou agora
mas sim a imagem de outrora, do que já fui
noutra vida feita de momentos tão banais
alimentada por um caudal de força e de alento.
Já fui um rio rebelde, saindo da margem
que se comprime, espraia de novo
beijando o que a ele não pertence
e depois se deixa levar pelo vento.
Numa mente quase insana, num pensamento que flúi
vive agora a solidão repleta de saudade e de frio
vivem dias compridos e sempre iguais
porque nada é pouco, nada é demais
nesta vertigem de lamento e de vazio que me oprime.


Imagem retirada da Internet


Imagem retirada da Internet


Uma imagem pode valer por mil palavras. Assim dedico estas duas fotos a todos os alentejanos, e também a todos os que visitam esta página.
Um abraço do tamanho do mundo.

domingo, 15 de julho de 2007

Eleições autárquicas de Lisboa

Pois é!

Agora já sabemos que a abstenção venceu as eleições em Lisboa. Não deitem as culpas para a data em que ocorreram, nem para o facto de muitos portugueses estarem em férias. A culpa é única e exclusivamente dos aparelhos partidários, que já não conseguem "cativar" os eleitores. Daí os resultados alcançados pelos candidatos dos dois maiores partidos face aos resultados dos candidatos independentes. A sociedade civil, os movimentos de cidadãos mostraram que não estão domesticados. Mas a democracia participativa tem que evoluir mais, mostrar aos "fazedores de política de gabinete" de que ainda há vida no país real. Os eleitores querem que os seus representantes lhes resolvam os problemas, os sirvam dignamente e não que se sirvam deles em benefício de interesses pessoais, de lobbies obscuros e de falsas promessas.
Um abraço

Baú de recordações II

No país do meu sonho tudo é real
a luz, a cor e a fantasia
Existe um mundo inteiro em cada olhar
com cheiro a povo, pão e alegria.

No país do meu sonho existe vida

força, alento e utopia,

coragem, misturada com ternura

num caldeirão de alquimia

onde renasce em cada dia,

e em cada olhar

uma cascata de água pura,

um fogo fátuo, a brilhar

no negrume da noite escura.

Liberdade, paz e aventura

em mar calmo, em maré cheia,

que os corações vem alegrar.

E os sentidos acende e incendeia.

Eleições autárquicas em Lisboa

  • Previsão de uma abstenção elevada para a Câmara de Lisboa, que poderá atingir ou mesmo ultrapassar os 60%.
  • Os políticos profissionais parecem agora muito preocupados com o nível de abstenção dos lisboetas.
  • Esses senhores parecem Et's que ficam boquiabertos com a resposta dos seus munícipes. Em que país vivem estes senhores?
  • A abstenção é uma faca de dois gumes, torna-se perigosa numa democracia que se quer mais participativa,mas o que se pode desde já extrapolar é que os cidadãos já não vão em cantigas de políticos que apenas se lembram deles durante as campanhas e os actos eleitorais.
  • Há que retirar daqui já algumas lições...

Mas vamos esperar para ver a quem a abstenção dos lisboetas vai beneficiar ou prejudicar... aproxima-se uma noite de facas longas e afiadas, tentando todos os candidatos sacudir dos ombros qualquer quota parte de responsabilidade, que apenas a eles e às suas máquinas partidárias deve ser atribuída. Até mais logo...

sábado, 14 de julho de 2007

Novo código do trabalho

Como hoje é sábado e me apetece ir para a folia aqui vos deixo um texto, que me foi enviado por uma amiga um destes dias, sobre a alteração ao Código do Trabalho . Eu voltarei a este assunto de uma maneira mais séria num próximo post mas hoje, como funcionária pública enquanto tal e cidadã vou mas é para a farra enquanto posso, até porque tristezas não pagam dívidas ( nós é que as pagamos, mesmo as que OS OUTROS fazem em nosso nome). Para todos os amigos da blogosfera que vão entrar de férias eu desejo que descansem e se divirtam bastante. Em Agosto cá nos encontraremos.


1. INDUMENTÁRIA:

Informamos que o funcionário deverá trabalhar vestido de acordo com o seu salário.Se o virmos calçado com uns ténis Adidas de 100 € ou com uma bolsa Gucci de 150 € presumiremos que está muito bem de finanças e portanto, não precisa de aumento.
Se ele se vestir de forma pobre, será um sinal de que precisa aprender a controlar melhor o seu dinheiro para que possa comprar roupas melhores e portanto, não precisa de aumento.
E se ele se vestir no meio-termo, estará perfeito e portanto, não precisa de aumento.

2. AUSÊNCIA DEVIDO A DOENÇA

Não vamos mais aceitar uma declaração do médico como prova de doença.
Se o funcionário tem condições para ir até ao consultório médico também tem para vir trabalhar.

3. CIRURGIA
As cirurgias são proibidas. Enquanto o funcionário trabalhar nesta empresa, precisará de todos os seus órgãos, portanto, não deve pensar em tirar nada. Nós contratámo-lo inteiro. Remover algo constitui quebra de contrato.

4. AUSÊNCIAS DEVIDO A MOTIVOS PESSOAIS:

Cada funcionário receberá 104 dias para assuntos pessoais, em cada ano. Chamam-se Sábados e Domingos.

5. FÉRIAS:

Todos os funcionários têm direito a gozar ainda mais 12 dias de férias nos seguintes dias de cada ano:
1 de Janeiro
Dia de Páscoa
25 de Abril
1 de Maio
10 de Junho
15 de Agosto
5 de Outubro
1 de Novembro
1 de Dezembro
8 de Dezembro
25 de Dezembro

6. AUSÊNCIA DEVIDO AO FALECIMENTO DE ENTE QUERIDO:

Esta não é uma justificação para perder um dia de trabalho. Não há nada que se possa fazer pelos amigos, parentes ou colegas de trabalho falecidos. Todo o esforço deverá ser empenhado para que os não-funcionários cuidem dos detalhes. Nos casos raros, onde o envolvimento do funcionário é necessário, o enterro deverá ser marcado para o final da tarde. Teremos prazer em permitir que o funcionário trabalhe durante o horário do almoço e, daí sair uma hora mais cedo, desde que o seu trabalho esteja em dia.

7. AUSÊNCIA DEVIDO À SUA PRÓPRIA MORTE:

Isto será aceite como desculpa. Entretanto, exigimos pelo menos 15 dias de aviso prévio, visto que cabe ao funcionário treinar o seu substituto.


8. O USO DOS LAVABOS:

Os funcionários estão a passar tempo demais na casa de banho. No futuro, seguiremos o sistema de ordem alfabética. Por exemplo, todos os funcionários cujos nomes começam com a letra 'A' irão entre as 9:00 e 9:20, aqueles com a letra 'B' entre 9:20 e 9:40, etc. Se não puder ir na hora designada, será preciso esperar a sua vez, no dia seguinte. Em caso de emergência, os funcionários poderão trocar o seu horário com um
colega. Ambos os chefes dos funcionários deverão aprovar essa troca, por escrito. Adicionalmente, agora há um limite estritamente máximo de 3minutos na sanita. Acabando esses 3 minutos, um alarme tocará, o rolo de papel higiénico será recolhido, a porta da sanita abrir-se-á e uma foto será tirada. Se for repetente, a foto será afixada no quadro de avisos e Intranet do Serviço com o título infractor Crónico.

9. A HORA DO ALMOÇO:

Os magros têm 30 minutos para o almoço, porque precisam comer mais para parecerem saudáveis.
As pessoas de tamanho normal têm 15 minutos para comer uma refeição balanceada que sustente o seu corpo mediano. Os gordos têm 5 minutos, porque é tudo que precisam para comer uma salada e um moderador de apetite.

Muito obrigado pela sua fidelidade à nossa empresa. Estamos aqui para proporcionar uma experiência laboral positiva. Portanto, todas as dúvidas, comentários, preocupações, reclamações, frustrações, irritações, desagravos, insinuações, alegações, acusações, observações, consternações e quaisquer outras... “ões” deverão ser dirigidas para outro lugar.
Tenham uma boa semana.
A Administração.

PS (i.e. post escriptum, nada de confusões): Haverá ainda quem tenha dúvidas em relação ao que a esforçada classe empresarial pretende dos seus humildes funcionários?

Um abraço

terça-feira, 10 de julho de 2007

Vigília em Braga

Ontem em Braga juntaram-se numa vigília algumas dezenas de pessoas.
Fizeram-no em homenagem e solidariedade para com o professor de filosofia que doente, sem conseguir falar foi dado como apto para retomar as suas funções. Dar aulas.É nestes pequenos gestos solidários que os portugueses se devem unir, contra a insensibilidade, a prepotência e o mais completo desrespeito pela vida e pela dignidade humanas.


QUEM NÃO ME RESPEITA TAMBÉM NÃO TERÁ O MEU RESPEITO

Cumprimento os bracarenses pela iniciativa e envio à família do professor os meus sentidos pêsames, cobertos pela vergonha de tal indignidade e muitas outras poderem ainda ocorrer no meu país, que se diz livre, solidário e respeitador dos mais elementares direitos humanos.

Um abraço do tamanho do mundo

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Baú de recordações

Ontem foi dia de virar do avesso o meu baú de recordações. Papéis velhos, cartas, postais dos amigos, fotografias, pin's e mais uma quantidade de coisas que gosto de rever quando estou de neura.
Deixa -me mais calma. Enfim! São dias. Encontrei umas folhas de que já não me lembrava de ter escrito, deveria ter uns 17/18 anos.
18 anos. A idade de muitas ilusões ainda. Quando tudo nos parece perfeito, exequível, preto no branco ou colorido e não cinzento. A minha cidade não foi uma das vencedoras das 7 maravilhas de Portugal mas para mim continua a ser o meu cantinho preferido, por isso a minha homenagem à mui nobre e sempre leal cidade de Évora, com estas simples palavras que encontrei no meu baú de recordações.


Terra minha amada que resistes
nesta sina, neste fado descontente
contra dias escuros, ainda tristes
contra o medo sei que lutas ferozmente.


Cidade branca e luminosa, de cal caiada
ruas estreitas mas tão cheias de memória
em cada passo que dou na rua, pela calçada
sinto o cheiro da coragem através da história.



Os ventos sopram suavemente vindos de Sul
o sol queima durante o verão qual braseiro
olho para o alto, avisto o céu límpido e azul
sinto por ti um amor eterno e verdadeiro.

Sei que és forte e que nada te domina
cidade de gente simples e acolhedora
cada sorriso aberto, em cada esquina
é para mim uma força retemperadora

Terra minha amada que persistes
em sonhar, amar, ser independente
contra os dias escuros sei que resistes
e eu durmo no teu regaço... finalmente.

Um abraço

Desastre

Ai!
Queria acrescentar mais uns blogs aos meus preferidos e acabei por os apagar todos.
Sou uma desastrada. Peço mil desculpas a quem costuma visitar esta página ( quem??? ) mas agora ainda vai demorar uns tempos até estar tudo nos eixos outra vez, se é que alguma vez esteve.
Isto são dos nervos de ver e ouvir tanta asneirada dos nossos capitães de proa levantada.

Até já.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Mais palavras para quê?


Eu também estou solidária.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Já não sei de que terra sou!

Sinto-me perdida. Arrepiada de horror pelo que se passa à minha volta. Aproveitei estes dias em que estive sem dar notícias para reflectir, não nas eleições para a CML , obviamente porque não vivo lá. Se vivesse em Lisboa não iria precisar de reflectir muito para decidir o que fazer com as politíquices de "meia tigela".
Visitar velhos bairros degradados, semear beijinhos pelos mercados e arraiais, prometer este mundo e o outro em época de eleições para depois faltar à palavra dada, comigo NÃO meus senhores, eu saberia agir de maneira eficaz para acabar com a demagogia. Comigo era logo cartão vermelho e para a próxima talvez pensassem um pouco mais nas penalizações sofridas por fazer dos PORTUGUESES gato sapato. Mas os lisboetas é que sabem com que paus querem que lhes façam uma canoa.
Ai Lisboa...

Agora que o tempo já aqueceu (pelo menos, cá no meu Alentejo já aqueceu bem hoje), há por aí muita gente que me parece bastante fria, com sangue de barata, capaz de fazer ou dizer o que quer que seja, desde que fique assegurado o seu " lugarzinho ao sol ". Não sei se é por a maioria estar em período de férias ( ou quase ) parece também que grande parte dos portugueses está a ficar cada vez mais alheada dos "acontecimentos" que fervilham à sua volta. Talvez seja errado chamar "acontecimentos" à enxurrada de asneiras, episódios tristes , anedotas de mau gosto, frieza burocrática com que o país tem sido brindado nos últimos meses. Não sei como chamar aos tristes e perigosos tempos que estamos a atravessar, mas não estou a gostar nada do rumo que as coisas estão a levar.
Daí a sensação de me sentir perdida e já nem saber de que terra sou. Ai, ai... Portugal.

Um abraço