domingo, 30 de setembro de 2007

APELO À PAZ

QUE A PAZ HABITE NO CORAÇÃO DOS HOMENS!



















































































PORQUE O MUNDO EM QUE VIVEMOS É DE TODOS!


E TÃO BELO...

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Mensagem (Fernando Pessoa)

Ninguém sabe que coisa quer.


Ninguém conhece que alma tem,


Nem o que é mal, nem o que é bem.


(Que ânsia distante perto chora?)


Tudo é incerto e derradeiro.


Tudo é disperso, nada é inteiro.


Ó Portugal, hoje és nevoeiro...











É a Hora!










O pessimismo que actualmente sinto em Portugal, está bem retratado nesta última frase deste poema de Pessoa "... Ó Portugal, hoje és nevoeiro...". Mas o poeta místico e sonhador do Quinto Império acrescenta que: "É a Hora!". Eu também concordo que É A HORA.







Um abraço e desejos de bom-fim de-semana!


quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Para olhar com o coração


























































































































































































































































































































































Baú de recordações III

Nota:

Os dois pequenos textos que se seguem, já tinham sido aqui publicado por mim, sob o título Baú de Recordações II no dia 15 de Julho. Devido a problemas técnicos (meus), tiveram que ser retirados e são publicados novamente hoje. As minhas desculpas pelo meu mau desempenho informático. Terei que ponderar a minha inscrição, ou não no programa Novas Oportunidades, afim de melhorar a minha performance tecnológica.
Quero espaço, sol e ar
vendaval ou acalmia
cheirar e sentir o mar
plantar em terra bravia.
Quero espaço, sol e ar
ficar onde a semente floresça
quero viver e respirar
onde só a vida aconteça.
Um abraço

Houve riso e houve espanto
Houve alegria e quimera
Houve esperança num novo dia
Quando Abril foi primavera.
Depois as flores murcharam
Num outono de desilusão
E todos os sonhadores ficaram
Perdidos, sem nada na mão.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Há tanto mar







Há tanto mar a descobrir,
eu aqui à espera
neste sonho enevoado.
Marinheiro sem porto
e sem regresso,
marinheiro da esperança,
porta-voz da quimera.
Em que cada instante
sinto, reconheço
todo um mar revolto e agitado.




Interrogação



Sigo a vida ou sou seguida?

Encontro-me ou estou perdida?

Estou algures ou em parte incerta?

Ando às voltas ou em linha recta?

Mel e Fel











Existem palavras, que se comem inteiras


cada uma delas com sabor, a mel.


Existem outras que, embora verdadeiras


deixam na boca o amargo do fel.

O Carteiro


Lá vem o carteiro com seu ar prazenteiro, distribuir o correio. De mala ao ombro, mil segredos ela esconde. Na mão transporta cartas de amor, de penhor, de desamor, de alegria, de tristeza, igualmente a boa nova de um nascimento, ou de uma triste notícia.
A paixão de um grande amor ou a decadência de uma relação, já sem solução. Também se juntam na mesma mala os amigos e os inimigos. Ai se a mala falasse! De certo contaria, talvez fizesse do carteiro o seu confidente. E daí para a frente se estabelecesse um diálogo entre o carteiro e a sua mala:
- Como estava hoje a D. Maria, a moradora do nº 8, da rua da Alegria? Bem disposta? Ela sorriu para o envelope? de certo agradou-lhe o remetente! Boas novas, boas novas. Estou mais aliviada. Ufa ainda tenho o espaço muito preenchido, preciso que entregues mais umas cartas. E se fores já entregar àquele senhor velhote, que vive sózinho, para ele ficar mais animado? E não te esqueças de perguntar pela saúde dele, como vês somos nós os dois os únicos que o visitamos e as horas custam muito a passar para quem não tem ninguém, e aquela jovem que está sempre à janela esperando por nós, se calhar espera por notícias de amor.
- Mala amiga e minha única companhia, não achas que estás a ser um pouco indiscreta? A nossa missão é apenas a de entregar as cartas na morada certa.

- Pois, pois dizes bem na morada certa, agora não te distraias, ainda trocas a correspondência e depois é que são elas.

- Descansa que eu estou atento, além disso eu conheço já os moradores da zona. Estou a ficar um pouco cansado, já andei tanto...

- Queres um conselho? vai levar já o correio à tasquinha da esquina, sempre podes fazer uma pausa e beber um refresco para ficares com mais energia.

- Boa ideia, boa ideia. Quando queres és minha amiga. Claro que eu também o sou, não te sentes mais livre?

- Claro que respiro melhor. Dá para perceber que vais perto de um jardim. Cheira tão bem a flores e até se ouvem os passarinhos... como é bela a vida ao ar livre não achas?

-Tu dizes isso porque não te lembras de quando está a chover, ou a fazer um grande frio, com muito vento e que te custo a carregar, fico sempre com medo de te deixar cair.

- Obrigada pelo teu cuidado, não tinha pensado nisso. Estava convencida que o teu maior problema era na época do verão e que seria o calor a dificultar-te a vida.

- Boa amiga, estamos a chegar ao fim da entrega e esta última parece que é para uma grande festa.

- Não me digas que é um convite para um casamento?

- sabes amiga eu gosto muito de festas.

- Não me digas que queres casar comigo?

- Não é preciso! nós já somos inseparáveis. Não podemos viver, um sem o outro e somos muito felizes.







Évora, 6 de Março de 2007



Rosa Casquinha






quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Darfur



















































É bom que saibamos comtemplar o belo, que sintamos alegria ao admirar uma paisagem deslumbrante. Que desfrutemos a emoção que nos é proporcionada por uma música. Pela leitura de um poema. Pelo riso de uma criança. Pelo desabrochar de uma flor. Que saibamos fruir da beleza de uma pintura . Olhar os outros mesmo que de olhos fechados. E reconhecê-los como irmãos.








Mas temos que manter o coração aberto. Os sentidos bem despertos. Não devemos esquecer, nem permitir que outros esqueçam, que existem outras realidades, menos belas e mais duras. Brutais e injustas mas que fazem parte do mundo em que vivemos. Não podemos ignorá-lo, virar a cara apenas para o lado mais bonito da vida. Porque também existe a fome, a guerra, a maldade e a corrupção. Existe DARFUR, entre muitos outros infernos. Sei que hoje trouxe a este espaço imagens que ninguém gosta de ver. Eu também não. Mas, infelizmente temos que as contemplar porque elas existem. Como seria bom que esta realidade negra não fizesse parte das nossas vidas.













Nota: todas as imagens foram retiradas da internet



Um abraço do tamanho do mundo. Do mundo que eu ainda julgo possível que venha a existir.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Homenagem a todas as crianças, incluíndo as grandes

OUTRA MARGEM


E com um búzio nos olhos claros
Vinham do cais, da outra margem
Vinham do campo e da cidade
Qual a canção? Qual a viagem?

Vinham p'rá escola. Que desejavam?
De face suja, iluminada
Traziam sonhos e pesadelos.
Eram a noite e a madrugada.

Vinham sozinhos com o seu destino.
Ali chegavam, Ali estavam.
Eram já velhos? Eram meninos?
Vinham p'rá escola. O que esperavam?

Vinham de longe. Vinham sózinhos.
Lá da planície. Lá da cidade.
Das casas pobres. Dos bairros tristes.
Vinham p'rá escola: a novidade.
E com uma estrela na mão direita
E os olhos grandes e voz macia
Ali chegaram para aprender
O sonho a vida a poesia.



Maria Rosa Colaço
(1935-2004)








Agora que se iniciou um novo ano lectivo, eu também quis estar presente, participar na festa das crianças do meu País, festa que é o reencontro com os antigos colegas, o fazer novas amizades, aprender coisas diferentes, que ajudam a crescer, a conhecer o mundo, a viver em contacto e em partilha com os outros, numa base de respeito mútuo e de tolerância.

Pensei qual seria a melhor forma, de saudar e de homenagear todas as crianças, e também os seus professores, então lembrei-me deste bonito poema de Maria Rosa Colaço, que foi musicado e cantado pelos Trovante no seu albúm "Baile no Bosque",em 1981.

Porquê Maria Rosa Colaço? Porque sinto uma enorme admiração por ela e pelo seu trabalho, junto dos mais novos. Esta senhora nasceu no Torrão em 1935 e faleceu em 2004. Estudou enfermagem mas o seu maior sonho foi outro. O seu sonho foi a escrita, a poesia e a paixão pelo ensino. Foi uma professora diferente do seu tempo.Marcou o seu tempo, conseguindo captar a amizade, o respeito e a admiração dos seus alunos e de muitas outras pessoas.



Maria Rosa Colaço, trabalhou como jornalista, escreveu muitos textos em diversos jornais e revistas. Mais tarde estudou no Magistério Primário de Évora e formou-se como professora primária, ajudou a formar muitas pessoas que ainda hoje a lembram com saudade e carinho. Viveu em Almada, começando a leccionar em Cacilhas. Tem uma rua com o seu nome no Feijó. Como deve ser bom ser assim recordada pelas crianças, que consigo aprenderam as primeiras letras.


Por acaso, não sei se esta Senhora Professora ainda faz parte dos manuais escolares, dos meus felizmente ainda fez, em conjunto com António Gedeão, Matilde Rosa Araújo, Sebastião da Gama e tantos outros que me acompanharam nos primeiros anos de escola e continuam a acompanhar-me pela vida fora. Deixo aqui o título, de algumas das obras de Maria Rosa Colaço para despertar o vosso apetite, pela sua leitura:


- A Criança e a Vida
- Aventura com Asas
- Maria Tonta como eu
- Viagem com Homem Dentro
- Espanta Pardais
- Não Quero ser Grande




Aqui chegada, eu não poderia deixar de prestar, também a minha homenagem aos professores, que formam os nossos jovens,para um futuro que, todos desejamos radioso e feliz. Para todos os professores, aqui ficam algumas palavras de incentivo, no início deste novo ano escolar. Desejo-vos um bom trabalho e que ele seja reconhecido com o respeito que merece.

domingo, 16 de setembro de 2007

Acordemos as consciências !

" O QUE MAIS PREOCUPA NÃO É O GRITO DOS VIOLENTOS, NEM DOS CORRUPTOS, NEM DOS DESONESTOS, NEM DOS SEM - CARÁCTER, NEM DOS SEM - ÉTICA. O QUE MAIS PREOCUPA É O SILÊNCIO DOS BONS."
MARTIN LUTHER KING

UM ABRAÇO E UM RESTO DE BOM FIM-DE- SEMANA PARA TODOS.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Saudades





Ai há quanto tempo eu não vejo,


o remexer das ondas do mar,


e as gaivotas que num relampejo,


voam sobre os barcos a remar.


Praia de areia fina, doirada


rochedos altíssimos, musgosos


uma casa muito bem caiada


chaminés de feitios caprichosos.


Quando chega a saudade


assim como agora,


eu desejo com ansiedade


Que chegue a grande hora


de deixar esta cidade


onde me encontro agora.



Nota: Este poema foi escrito nos anos 60, por volta de 1966, como perdi o livro onde o anotei voltou a ser transcrito anos depois, de memória



24 de Setembro de 2006


Rosa Casquinha

Nova colaboração




Dentro de dias este blog vai poder contar com a colaboração de uma amiga, ela chama-se Rosa Casquinha e prefere assinar os seus textos com o seu nome real.Irá ficar mais rico este nosso cantinho, os textos da Rosa serão postados por mim.


SEJA BEM-VINDA ROSINHA.



sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Baú de recordações 3 - [A ] Balada dos embalados

Como um amigo da blogosfera me disse estar à espera de mais recordações do meu baú aqui deixo mais uma, publicada numa revista de uma associação de estudantes, em 1986. Espero que compreendam que grande parte delas já tem uns bons anos, estão muito datadas, quer no tempo em que foram escritas, quer na vivência agitada da época, embora eu considere que, em vários sentidos infelizmente elas continuem actuais.



Uns vão bem acomodados
numa chique carruagem.
Vão em papéis vistosos,
cheios de laços e fitas
vão todos muito vaidosos
das suas imagens bonitas.
Outros viajam muito mal
nesta vida de viagem,
vão embalados em jornal
a servir de roupagem.
Os seus laços e fitas
são uns simples atilhos,
que atam as suas vidas
aos mais duros trilhos.
Nesta vida de viagem
uns vão bem arrumados
outros ficam à margem
com os sonhos adiados.
Évora, Outubro de 1981
P`la paginadora
Um abraço do tamanho do mundo.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

ROSA PLANTA

Hoje à tarde encontrei uma amiga, sentámo-nos um pouco numa esplanada a conversar após mais um dia de trabalho, num dia de calor intenso e sufocante. Num dia, como tantos outros, em que a planície alentejana aqueceu bem as suas gentes. Mas hoje a conversa com a minha amiga deixou-me emocionada. Ela chama-se Rosa, é uma mulher que gosta de escrever, de pintar e de fotografar. Já nos conhecemos à muitos anos, a sua faceta artística há muito que me é familiar. Mas hoje o que a Rosa me contou, que eu obviamente não vou aqui revelar, deixou-me muito sensibilizada. Hoje revelou perante mim uma faceta da sua personalidade que eu desconhecia. Uma faceta de entrega, de sensibilidade, de carinho e amor pelo próximo, daquele próximo que está mesmo ali ao lado, ao alcance da nossa mão, pronto para receber atenção, carinho e uma palavra de incentivo, que muitas vezes salva vidas, ajuda a recuperar de momentos difíceis e dá um sentido novo à existência de quem nada tendo, de repente ganha um amigo/a, ganha o mundo. O texto poético que hoje aqui deixo foi escrito pela Rosa, que mo enviou à uns tempos atrás e que eu publico, com a sua autorização. Obrigada Rosa por ser quem é, de ser como é!



ROSA PLANTA



"Adormecer e vaguear o pensamento em sonhos tão convictos, que mais parecem reais. O estado do sono é como a árvore que está presa ao mesmo lugar pelas suas raízes. Soltam-se as folhas levadas pelo vento, como o pensamento voando para outro lugar. E como se elas soubessem do dia e da hora , florescem todos os anos naquele dia.


Dá os frutos na mesma altura, e na mesma altura deixa voar as folhas como que a libertar-se. As folhas são levadas pelo vento como mensagens coloridas, por vezes colhidas e guardadas em qualquer página de um livro, como que perpetuando o seu estado de folha seca como se de uma fotografia se tratasse.


Ficam as memórias ténues enevoadas, que ao acordar lembram algo parecido ao real mas pouco explicito. É o contacto com a realidade, o sonho e a fantasia. Acordar para o dia-a-dia, com a esperança e o optimismo de um futuro melhor."


Rosa Casquinha



Hoje a paginadora envia um abraço para todos os amigos, os mais antigos e os mais recentes, os que estão perto e os que estão mais distantes, mas todos sempre presentes no seu coração. Envia um beijo especial para um grande amigo que se encontra em Madrid.
Até breve R.

domingo, 2 de setembro de 2007

Nós e os outros



Quando amamos os outros, sentimo-nos livres.
Quando os outros nos amam, sentimo-nos presos
à magia de simplesmente existirmos.
Quando os outros precisam de nós só precisamos de dizer AQUI ESTOU!
Um abraço

À Minha Avó Maria


Sei que o mundo é mesmo assim.
Egoísta, fechado sobre si mesmo, cego e surdo ao que não lhe convém ver nem ouvir.
Claro que há excepções. Pois há, como tudo na vida.
Como dizia a minha querida avó quando eu me irritava com as injustiças que via à minha volta - " ... sei que sofres filha mas, desde que o mundo é mundo que há diferenças, enquanto riem uns outros choram, enquanto uns se empaturram outros passam fome, frio, sofrem. Quem está bem esquece-se de olhar para o lado, estender uma mão com um pedaço de pão ou uma laranja para um pedinte ou para uma criança com fome. Eu nunca fui assim, mas existem pessoas que ignoram todos aqueles que lhe batem à porta, eu não tenho nada mas sempre procuro ver, no fundo de uma arca ou de um armário se encontro qualquer coisinha. Se nada encontro para lhes dar que lhes mate a fome ou o frio, partilho com eles um sorriso triste ou uma lágrima furtiva. Da minha porta ninguém sai com as mãos a abanar.".


Pois não avó, disso eu sempre fui testemunha. Sempre foste uma mulher excepcional. Trabalhaste desde criança, apanhaste chuva, frio e um sol inclemente pelos campos deste nosso Alentejo que tanto amaste, que eu tanto amo, Nunca tiveste tempo para ir à escola aprender a ler e como a maioria das mulheres da tua época tiveste os filhos em casa, pondo a tua vida e a deles em risco.Também eles tiveram que começar a trabalhar muito cedo, fazendo com que os teus olhos se turvassem de tristeza.


Sempre foste uma mulher corajosa, que arregaçava as mangas para ombrear com o seu homem, no arranjo do sustento para si e para os filhos. À medida que os netos começaram a chegar tu crescias desmedidamente, inchada de ternura e de amor. A melhor recordação que tenho de ti? Tantas!


A mais importante é a lembrança do teu sorriso, não um sorriso qualquer mas sim um sorriso que começava nos lábios, inundava o teu rosto de luz e tomava posse dos teus olhos. Sim, quando sorrias os teus olhos castanhos cor-de-mel sorriam, como eu nunca vira mais nenhuns sorrirem. Tenho saudades tuas, sabes isso. Tenho saudades do teu abraço, do refúgio no teu regaço quente, do cheiro a leite, mel e flores frescas que aspirava da tua pele. Sei que estás bem. E sei igualmente que embora cruel, egoísta e perigoso o mundo em que vivo também tem coisas boas, porque albergou no seu seio pessoas como tu querida avó. Fazes-me tanta falta...

Para ti nem todos os beijos e abraços são suficientes, recebe apenas aqueles que puderes.