quarta-feira, 16 de julho de 2008

Édith Piaf - o rouxinol de França


Conhecida como o rouxinol de França, o pequeno pardal ou o pequeno passarinho devido á sua frágil aparência Édith Piaf, dona de uma voz incomparável é uma das cantoras francesas que eu mais admiro.
Édith Giovanna Gassion, mais conhecida como Édith Piaf, nasceu em Paris em 1915 e morreu em Grasse em Outubro de 1963. Cantora francesa de música de salão e variedades, foi conhecida a nível internacional pelo seu grande talento no estilo francês da chanson. As suas canções expressavam de uma forma bastante óbvia a sua trágica história de vida. Entre os seus maiores sucessos estão "La vie en rose", "Hymne à l'amour", "Milord", e "Non, je ne regrette rien". Participou também em filmes e em peças de teatro.
***
Édith nasceu em Belleville, num bairro de imigrantes da capital francesa. A sua mãe Annetta Giovanna Maillard, cantava nas ruas e em cafés com o pseudónimo de Line Marsa. O seu pai Louis-Alphonse Gassion trabalhava no circo como contorcionista e tinha também um passado teatral. Ainda pequena, Édith foi deixada pela sua mãe, com a sua avó materna. Pouco tempo depois o seu pai, regressado da guerra, encontrou-a doente. Pediu à sua mãe que cuidasse de Édith para ele poder voltar para o Exército Francês (em 1916). A avó paterna de Édith na época trabalhava num bordel, o que fez com que Édith tivesse contacto com prostitutas e com os seus clientes, facto que ocasionou nela um profundo impacto, tanto ao nível da personalidade como da própria visão da vida.
***
Em 1919, o seu pai volta da guerra, vai buscá-la e retoma a sua vida artística como contorcionista. Édith acompanha-o e ajuda-o nas ruas e mais tarde em pequenos circos itinerantes. Não demorou muito que ela não começasse a cantar pelas ruas sozinha. Aos 17 anos, Édith apaixonou-se por Louis Dupont com quem teve uma filha, Marcelle, que acabaria por morrer de meningite aos dois anos de idade.
***
Em 1935, ela conhece Louis Leplée, dono do cabaré Le Gerny's, situado na avenida Champs Élysées, em Paris. Foi ele quem a iniciou na vida artística e a batizou de "la Môme Piaf", uma expressão francesa que significa "pequeno pardal" ou "pardalzinho", pois ela tinha uma estatura baixa. Lepleé, vendo o quão nervosa Piaf ficava ao cantar, começou a ensinar-lhe como se portar no palco e disse-lhe para começar a usar um vestido preto quando se apresentasse, vestuário que mais tarde se tornou na sua marca registada como roupa de apresentação. Ele também fez uma enorme campanha para a noite de estréia de Piaf no Le Gerny's, o que resultou na presença de várias celebridades, como o actor Maurice Chevalier. A sua apresentação em cabarés possibilitou-lhe gravar os seus dois primeiros discos naquele mesmo ano, um deles escrito por Marguerite Monnot, que Piaf acabou conhecendo no cabaré de Leplée e que se tornou sua parceira além de grande e fiel amiga para toda a vida.


No ano seguinte, em 1936, Piaf assina contrato com a Polydor e lança o seu primeiro disco "Les Mômes de la Cloche", que se transforma num sucesso imediato. Mas em Abril desse mesmo ano, Leplée é assassinado na sua casa, Piaf é interrogada e acusada de cumplicidade no seu assassinato, acabando por ser absolvida mais tarde. Leplée foi morto por bandidos que tiveram, num passado não muito distante, laços com Piaf, o que gerou uma atenção negativa sobre ela por parte da imprensa, ameaçando, assim a sua carreira.Para limpar a sua imagem, ela recrutou Raymond Asso, com quem, mais tarde, também viria a envolver-se romanticamente. Foi ele quem mudou o nome artístico dela de "La Môme Piaf" para "Édith Piaf" e encomendou a Monnot canções que tratassem unicamente do passado de Piaf nas ruas.
***
Em Março de 1937 Édith estreia-se como cantora de música de salão, e torna-se imediatamente uma grande vedeta da canção francesa, adorada pelo público e difundida pela rádio. Ainda no fim da década de 30, Piaf triunfa na Bobino, famoso music-hall parisiense, assim como no teatro em 1940 na peça de Jean Cocteau "Le Bel Indifférent", escrita especialmente para ela, em que contracenou com o seu então companheiro, o actor Paul Meurisse. Édith começa aí a conhecer pessoas famosas como o poeta Jacques Borgeat.
Em 1944 em Paris, ela descobre o jovem cantor Yves Montand que viria a ser seu parceiro e amante. Dentro de um ano ele torna-se num dos cantores mais famosos de França. Piaf acaba o relacionamento quando ele está perto de alcançar o mesmo sucesso dela. Ainda em 1944 o pai de Piaf morre, e, no ano seguinte, ela também perde a sua mãe.
Édith começa a escrever canções, sendo auxiliada por compositores na parte musical. Contudo, em 1945, Piaf escreveu, sem a ajuda de quem quer que seja, um de seus primeiros títulos: "La Vie en Rose", gravada em 1946 é a canção mais célebre dela e tornou-se num clássico.

Nesse tempo Piaf fazia muito sucesso em Paris e por toda a França. Após a guerra, tornou-se famosa internacionalmente, actuando pela Europa, Estados Unidos e América do Sul. Entretanto, no início ela teve pouco sucesso entre o público norte-americano. Mas, após a publicação de um artigo de um proeminente crítico de Nova Iorque, Piaf viu o seu sucesso crescer ao ponto da sua popularidade a levar a apresentar-se oito vezes no Ed Sullivan Show e duas vezes no Carnegie Hall.
***
No aspecto amoroso Édith Piaf teve vários romances. Os mais conhecidos foram com Marlon Brando, Yves Montand, Charles Aznavour, Théo Sarapo, Georges Moustaki e Marcel Cerdan.
Numa tournée em Nova Iorque, em 1948, conhece o pugilista francês Marcel Cerdan, com quem inicia um tórrido romance. Cerdan vivia em Marrocos e morreu num acidente de aviação em 1949 num voo de Paris para Nova Iorque, onde a iria reencontrar. Arrasada pelo sofrimento, Édith Piaf toma fortes doses de morfina. O seu grande sucesso "Hymne à l'amour" e "Mon Dieu", foram cantados por Édith em sua memória. Marcel Cerdan é tido como o grande amor da sua vida. Em 1951, o jovem cantor Charles Aznavour converte-se em seu secretário, assistente, chofer e confidente. Ela ajudou-o na sua carreira, levando-o em tournée pelos Estados Unidos e por França, tendo gravado algumas de suas músicas. Em 1952 casa-se com o célebre cantor francês Jacques Pills, do qual se divorcia em 1956.
Começa uma história de amor com Georges Moustaki ("Jo"), que Édith lança para a música. Ao seu lado sofreu um grave acidente automobilístico no ano de 1958 e piora o seu já deteriorado estado de saúde e a sua dependência da morfina. Édith grava um novo sucesso, a canção "Millord", da qual Moustaki é o autor.
***
Uma vida de boémia, as privações na infância, o vício da morfina e o hábito do álcool, formaram uma combinação perigosa que pôs um fim precoce à vida da cantora Édith Piaf, falecida aos 47 anos de idade. Já doente, retirara-se de Paris, de um apartamento que ocupava há muitos anos, para ir morrer perto de Grasse, no dia 10 de outubro de 1963. Com ela a França perdeu a maior das suas chansonnières. Cantora e compositora imortal, as suas letras retrataram, em tom de drama ou de alegre sátira, uma boa parte da história social e amorosa dos parisienses do século XX, levando a sua voz peculiar, inconfundível e tornada universal a todas as partes do mundo, como símbolo do renascimento francês depois da desastrosa experiência da IIª Guerra Mundial. Édith Piaf está sepultada no cemitério do Père-Lachaise, em Paris.

Fonte: wikipédia / outros sites internet

2 comentários:

Meg disse...

Querida Paginadora,

Uma mulher que da lei da morte se libertou, porque continua viva em todos nós que a amamos e recordamos
Venho a correr, como sabes, desejar-te um óptimo fim de semana e deixar-te um grande abraço

Espero que tudo esteja bem contigo, Amiga A...

Zé Povinho disse...

É sempre agradável reavivar o conhecimento da vida de uma das boas vozes de todos os tempos.
Abraço do Zé