sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

ESTOU DE VOLTA

QUERIDOS AMIGO(A)S


ESTOU DE NOVO CONVOSCO.
INICIALMENTE AINDA A MEIO GÁS. QUERO AGRADECER A TODO(A)S O IMENSO CARINHO DEMONSTRADO E AS PALAVRAS AMIGAS QUE ME FORAM CHEGANDO.

OBRIGADO DE TODO O CORAÇÃO!

DEIXO-VOS COM UM ABRAÇO DO TAMANHO DO MUNDO E A PROMESSA DE UMA VISITA, A TODOS LOGO QUE POSSÍVEL ... MUITO EM BREVE.

sábado, 20 de setembro de 2008

FLÁVIA VIVENDO EM COMA

Espero que a Flavinha e a Odele me perdoem mas por motivo de força maior não me foi de todo possível honrar o compromisso de publicar o post da Blogagem colectiva"Justiça para Flávia", no dia 15 do corrente mês. As minhas sinceras desculpas às duas. Mas, mesmo tardiamente e já fora do contexto pretendido não quero deixar de salientar que estou de alma e coração com a Flávia e que espero que a justiça, neste caso não seja, uma vez mais nem cega nem surda. Que haja finalmente JUSTIÇA PARA FLÁVIA!!!
Um grande abraço para a Flavinha e a Odele

"Meu nome é Sara"

Este anúncio foi premiado internacionalmente, mas não passou na nossa televisão, em Portugal. Porque será?
Recordo o poema da criança de 3 anos, 'Meu nome é Sara'.



O meu nome é ''Sara''
Tenho 3 anos
Os meus olhos estão inchados,
Não consigo ver.

Eu devo ser estúpida,
Eu devo ser má,
O que mais poderia

pôr o meu pai em tal estado?

Eu gostaria de ser melhor,
Gostaria de ser menos feia.
Então, talvez a minha mãe

me viesse sempre dar miminhos.

Eu não posso falar,
Eu não posso fazer asneiras,
Senão fico trancada todo o dia.

Quando eu acordo estou sozinha,
A casa está escura,
Os meus pais não estão em casa.

Quando a minha mãe chega,
Eu tento ser amável,
Senão eu talvez levaria
Uma chicotada à noite.

Não faças barulho!
Acabo de ouvir um carro,
O meu pai chega do bar do Carlos.

Ouço-o dizer palavrões.
Ele chama-me.
Eu aperto-me contra o muro.

Tento-me esconder dos seus olhos demoníacos.
Tenho tanto medo agora,
Começo a chorar.

Ele encontra-me a chorar,
Ele atira-me com palavras más,
Ele diz que a culpa é minha, que ele sofra no trabalho.

Ele esbofeteia-me e bate-me,
E berra comigo ainda mais,
Eu liberto-me finalmente e corro até à porta.

Ele já a trancou.
Eu enrolo-me toda em bola,
Ele agarra em mim e lança-me contra o muro.

Eu caio no chão com os meus ossos quase partidos,
E o meu dia continua com horríveis
palavras...

'Eu lamento muito!', eu grito
Mas já é tarde de mais
O seu rosto tornou-se num ódio inimaginável.

O mal e as feridas mais e mais,
'Meu Deus por favor, tenha piedade!
Faz com que isto acabe por favor!'
E finalmente ele pára, e vai para a porta,

Enquanto eu fico deitada,
Imóvel no chão.

O meu nome é 'Sara'
Tenho 3 anos,
Esta noite o meu pai *matou-me*.




Existem milhões de crianças que assim como a 'Sara' são mortos, vítimas de maus tratos, de abusos de toda a ordem.Tu podes ajudá-los. Fico desiludida até ao mais profundo de mim se tu leres isto e não o fizeres passar. Se ficaste sensibilizada(o), faz qualquer coisa!!!
Tudo o que eu te peço, é que o divulgues e ajuda a reconhecer que estas coisas acontecem, e que pessoas como o pai da 'Sara' vivem na nossa sociedade. Faz passar este poema porque mesmo se isto parece doido pode talvez mudar indirectamente as nossas vidas.

Hey, nunca se sabe...

Por favor faz passar isto se fores contra o abuso das crianças.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Uma fábula... dos nossos tempos!

A TESE DO COELHO
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Estava um dia lindo e ensolarado quando um coelho saiu de sua toca com o seu notebook e pôs-se a trabalhar, muito concentrado. Pouco depois passou por ali uma raposa e ao ver aquele suculento coelhinho, tão distraído, começou a salivar. No entanto, ficou intrigada com a atividade do coelho e aproximou-se dele, curiosa:
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- Coelhinho, o que estás a fazer aí, tão concentrado?
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- Estou a redigir a minha tese de doutoramento - disse o coelho, sem tirar os olhos do trabalho.
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- Hummmm... e qual é o tema da sua tese?
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- Ah, é uma teoria provando que os coelhos são os verdadeiros predadores naturais das raposas.
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A raposa ficou indignada:
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- Ora!!! Isso é ridículo!!! Nós é que somos os predadores dos coelhos!
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- Absolutamente! Venha comigo à minha toca que eu mostro-lhe a minha prova experimental.
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O coelho e a raposa entraram na toca. Poucos instantes depois ouvem-se alguns ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois... silêncio.
Em seguida, o coelho volta, sozinho, e mais uma vez retoma o seu trabalhos de tese, como se nada tivesse acontecido.
Meia hora depois passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho, tão distraído agradece mentalmente à cadeia alimentar por estar com o seu jantar garantido. No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho trabalhando com toda aquela concentração. O lobo resolve então saber do que se trata aquilo tudo, antes de devorar o coelhinho:
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- Olá, jovem coelhinho! O que o faz trabalhar tão arduamente?
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- É a minha tese de doutoramento, lobo. É sobre uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos os grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive dos lobos.
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O lobo não se conteve e dá uma risada com a petulância do coelho.
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- Ah, ah, ah, ah!!! Coelhinho! Apetitoso coelhinho! Isto é um despropósito. Nós, os lobos, é que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos. Aliás, chega de conversa...
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- Desculpe-me, mas se você quiser eu posso apresentar a minha prova experimental. Você gostaria de acompanhar-me à minha toca?
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O lobo não consegue acreditar na sua boa sorte.Ambos desaparecem toca adentro. Alguns instantes depois ouvem-se uivos desesperados, ruídos de mastigação e ... silêncio.
Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível, e volta ao trabalho de redacção da sua tese, como se nada tivesse acontecido.
Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme pilha de ossos ensangüentados e peles de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos. Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme leão, satisfeito, bem alimentado, a palitar os dentes.
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MORAL DA HISTÓRIA:
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1. Não importa quão absurdo é o tema da sua tese;
2. Não importa se você não tem o mínimo fundamento científico;
3. Não importa se as suas experiências nunca chegam a provar a sua teoria;
4. Não importa nem mesmo se as suas idéias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos...
5. O que importa mesmo é QUEM É O SEU PADRINHO!
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Isto aplica-se, infelizmente a todos os níveis da nossa vida actual, onde não vencem os melhores mas sim os mais astutos, desde que tenham as costas quentes porque, lá diz o velho ditado:
- Quem tem padrinhos não morre mouro.
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Um abraço

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

APELO

Hoje não vos trago aqui nem um poema nem uma imagem bonita mas sim um apelo que considero da máxima importância. Optei por postar aqui este mail, que recebi para que a sua divulgação seja o mais ampla possível. Peço-vos que se puderem o divulguem e que assinem a petição abaixo. Obrigada!
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Mensagem do Dr. Daniel Pereira da Silva director do serviço de Ginecologia do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra...

Caros Amigos e Amigas
Preciso da vossa ajuda.
Assinem a petição www.cervicalcancerpetition.eu para que o cancro do colo do útero venha a ser discutido no parlamento europeu, de modo a que os rastreios sejam uma realidade em todos os países, nomeadamente em Portugal, onde só existem na região centro.
Obrigado.

terça-feira, 26 de agosto de 2008


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CONTO ESTAR EM BREVE DE NOVO CONVOSCO!
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Um abraço

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Eis -me de volta à realidade

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Das minhas janelas para o mundo



Queridos amigos
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Estive por uns dias (poucos) afastada da nossa bloguelândia, no intuíto de retomar as páginas, com mais alento após estas minhas miniférias. Não cheguei a sair do país e nem sequer rumei este ano ao Algarve. Os tempos são de crise e a disposição também não esteve grande coisa. Tentei descansar o mais possível, ler bastante, sair com amigos, conviver mais com familiares, brincar com as crianças da família. Em suma: abstrair-me da realidade. Nem sequer aos amigos da blogosfera visitei ou respondi. Peço aqui e agora desculpas pelo facto.
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Agora eis-me de volta à realidade nua e crua e, após este curto interregno dou de caras com o mesmo país triste e apagado que, devido à crise nem o turismo conseguiu reanimar como deveria. Que remédio curará esta depressão, este cinzentismo acentuado que nos persegue? Ao país e ao mundo! Os focos de violência e de injustiça continuam a assombrar os nossos dias. Chegámos ao ponto de sentirmos medo do futuro. Por nós e pelos nossos filhos.
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Que monstro criámos à nossa volta ou que deixámos que criassem? Onde está a equidade, a justiça e a paz que era suposto que o "pensar global" nos trouxesse? Isto, claro para todos aqueles que, de entre nós acreditaram nesse conto de fadas.
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Dá nitidamente para ver que muitos sonhos que acalentámos foram ficando pelo caminho, por culpa daqueles que se apoderaram deles e os conspurcaram mas, também por nossa culpa que, pouco a pouco fomos deixando que tal acontecesse. Resta-nos a firmeza dos nossos ideais e a aposta de que ainda não é tarde de mais para atingirmos os nossos objectivos. A finalidade de tudo isso? A construção de um mundo melhor, mais são e mais limpo. Deliro? Chamam-me louca? E eu ralada!
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Um abraço bem paginado.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008



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O cansaço tolda-me os sentidos e os braços inertes perdem a força, necessária para a luta. Mas é só hoje, apenas hoje. Amanhã estarei novamente de pé, erguerei corajosamente o punho e lutarei contra todos os fantasmas, reais e imaginários que teimam em me cercear os movimentos. Serei forte, serei livre, desatarei todos os nós que me prendem os movimentos, todas as mordaças que me querem asfixiar.

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Amanhã! Sim, amanhã serei novamente eu. Hoje enrolar-me-ei sobre mim mesma, sobre este meu corpo dorido. Ficarei quieta, como se nada existisse. Nem eu, nem o mundo . Poderei até chorar. Não são todos mas existem dias assim. Apenas me resta esperar que passem ...
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Um abraço

quinta-feira, 24 de julho de 2008



Hoje é um dia muito especial para mim. Faz hoje anos que te vi pela primeira vez. Olhei-te e ao fazê-lo tremeram-me as pernas. Emocionada pedi que te colocassem nos meus braços. Senti medo de te deixar cair, tão frágil que eras. Cresceste. Tanto. Tão depressa. Continuo a recordar-te como naquele mágico dia em que nos olhámos e eu fiquei presa ao teu olhar. Inundaste o meu coração de amor. A minha vida de luz. Não sei o que tu viste. Não sei o que sentiste. Talvez medo do mundo que doravante tinhas pela frente? Não devias ter medo porque cá fora, à tua espera estavam todos os que te amam. Os que te amam, incondicionalmente e para sempre. Escrevo estas linhas para te dizer isso mesmo. Que te amo. Que podes contar comigo para sempre e incondicionalmente. Obrigada por existires e partilhares comigo a tua vida. Sê feliz e eu serei feliz. Muitos parabéns !!!
Mil beijinhos salpicados de ternura.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Oh Maddie !!! que justiça tão injusta ...

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Era de calcular. Mais um processo arquivado, nesta nossa república das bananas. O caso da pequena Maddie McCann chegou ao fim, ou melhor: deram-no por encerrado. Como a tantos outros ...
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Era de prever este desfecho dado que, para aqueles que não são tótós, foi bastante notório existirem, desde o desaparecimento da criança altos e poderosos interesses para que tal acontecesse. Polícia e governantes estrangeiros ditaram regras e imiscuiram-se num crime, cometido em Portugal. A imprensa inglesa passou atestados de incompetência aos investigadores portugueses. Governos de dois países conversaram sobre o caso (!).
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Que estranho caso este! É verdade que, infelizmente todos os dias desaparecem crianças em Portugal. E no mundo inteiro. É verdade que, diáriamente existem crianças maltratadas, selváticamente agredidas, mortas, estropiadas. E também crianças mortas pela fome e pela guerra. Pela maldade e cobiça dos homens.
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Mas isso não deve impedir que nos indignemos. Nem que não ousemos pedir contas, a quem de direito. Mesmo que seja um caso isolado, uma só criança, seja ela loira ou morena, branca ou negra, portuguesa ou estrangeira, rica ou pobre, devemos querer saber o que aconteceu, porquê e por quem. Podemos e devemos indignar-nos com a justiça que temos, rejeitá-la e exigir mais dignidade às instituições que nos servem.
***
Brigas entre o Ministério Público, os senhores Juízes e a Polícia Judiciária são o pão nosso de cada dia, para nossa vergonha e mal dos nossos pecados. Os interesses corporativos sobrepõem-se, cada vez mais ao bom senso, à lei e à justiça. Já basta!
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Zangam-se comadres e descobrem-se (???) verdades. Escrevem-se livros. Trocam-se mimos na praça pública. Nada disso é assim tão importante. O mais importante é saber o que aconteceu a Maddie. O que aconteceu e continua a acontecer a todas as outras crianças, mesmo que não se chamem Maddie, nem sejam loiras, nem estrangeiras, nem ricas.
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domingo, 20 de julho de 2008

Gosto e Desgosto


Sempre que gosto
de alguém
gosto e desgosto
de mim
fico ao contrário
do mundo
dos apaixonados
ao contrário de tudo,
de todos ... até de mim .
***
Guardo no meu armário
dos sonhos
certos pesadelos
sem nexo
olho-me num espelho
convexo
remexo na gaveta
das recordações
abro um velho livro,
e arrepio-me ao tocar
no pó duma borboleta
morta pelo ciúme
de um amante tresloucado.
***
Ouço ao longe, vagamente
o queixume de algo
ou alguém
que mal diviso mas pressinto
distante a sirene de um barco
apita longamente um aviso
de uma vaga mais alterosa.
A Sul.
***
A maresia da madrugada
que ficou presa nos meus cabelos
secou ao vento agreste
que agitou o mar azul
soprando de forma poderosa
e num lamento sem fim
se acercou de mim
vindo de leste.
***
Palavras ternas e amargas
outrora ditas e escutadas
certas ou erradas
ecoam em mim
ora em poemas de doçura
ora em pensamentos de desvario
fazendo-me pensar
que o amor tanto pode ser poema
ou algema
tornando tão difícil o amar.
transformado em folhetim de ternura
ou em cruel sepultura
de desejos sufocados
por eternos enamorados.
***
Assim
sempre que gosto
de alguém
gosto e desgosto
de mim
ficando apenas só
comigo ... no fim!


Para o meu amigo R.C.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Édith Piaf - o rouxinol de França


Conhecida como o rouxinol de França, o pequeno pardal ou o pequeno passarinho devido á sua frágil aparência Édith Piaf, dona de uma voz incomparável é uma das cantoras francesas que eu mais admiro.
Édith Giovanna Gassion, mais conhecida como Édith Piaf, nasceu em Paris em 1915 e morreu em Grasse em Outubro de 1963. Cantora francesa de música de salão e variedades, foi conhecida a nível internacional pelo seu grande talento no estilo francês da chanson. As suas canções expressavam de uma forma bastante óbvia a sua trágica história de vida. Entre os seus maiores sucessos estão "La vie en rose", "Hymne à l'amour", "Milord", e "Non, je ne regrette rien". Participou também em filmes e em peças de teatro.
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Édith nasceu em Belleville, num bairro de imigrantes da capital francesa. A sua mãe Annetta Giovanna Maillard, cantava nas ruas e em cafés com o pseudónimo de Line Marsa. O seu pai Louis-Alphonse Gassion trabalhava no circo como contorcionista e tinha também um passado teatral. Ainda pequena, Édith foi deixada pela sua mãe, com a sua avó materna. Pouco tempo depois o seu pai, regressado da guerra, encontrou-a doente. Pediu à sua mãe que cuidasse de Édith para ele poder voltar para o Exército Francês (em 1916). A avó paterna de Édith na época trabalhava num bordel, o que fez com que Édith tivesse contacto com prostitutas e com os seus clientes, facto que ocasionou nela um profundo impacto, tanto ao nível da personalidade como da própria visão da vida.
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Em 1919, o seu pai volta da guerra, vai buscá-la e retoma a sua vida artística como contorcionista. Édith acompanha-o e ajuda-o nas ruas e mais tarde em pequenos circos itinerantes. Não demorou muito que ela não começasse a cantar pelas ruas sozinha. Aos 17 anos, Édith apaixonou-se por Louis Dupont com quem teve uma filha, Marcelle, que acabaria por morrer de meningite aos dois anos de idade.
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Em 1935, ela conhece Louis Leplée, dono do cabaré Le Gerny's, situado na avenida Champs Élysées, em Paris. Foi ele quem a iniciou na vida artística e a batizou de "la Môme Piaf", uma expressão francesa que significa "pequeno pardal" ou "pardalzinho", pois ela tinha uma estatura baixa. Lepleé, vendo o quão nervosa Piaf ficava ao cantar, começou a ensinar-lhe como se portar no palco e disse-lhe para começar a usar um vestido preto quando se apresentasse, vestuário que mais tarde se tornou na sua marca registada como roupa de apresentação. Ele também fez uma enorme campanha para a noite de estréia de Piaf no Le Gerny's, o que resultou na presença de várias celebridades, como o actor Maurice Chevalier. A sua apresentação em cabarés possibilitou-lhe gravar os seus dois primeiros discos naquele mesmo ano, um deles escrito por Marguerite Monnot, que Piaf acabou conhecendo no cabaré de Leplée e que se tornou sua parceira além de grande e fiel amiga para toda a vida.


No ano seguinte, em 1936, Piaf assina contrato com a Polydor e lança o seu primeiro disco "Les Mômes de la Cloche", que se transforma num sucesso imediato. Mas em Abril desse mesmo ano, Leplée é assassinado na sua casa, Piaf é interrogada e acusada de cumplicidade no seu assassinato, acabando por ser absolvida mais tarde. Leplée foi morto por bandidos que tiveram, num passado não muito distante, laços com Piaf, o que gerou uma atenção negativa sobre ela por parte da imprensa, ameaçando, assim a sua carreira.Para limpar a sua imagem, ela recrutou Raymond Asso, com quem, mais tarde, também viria a envolver-se romanticamente. Foi ele quem mudou o nome artístico dela de "La Môme Piaf" para "Édith Piaf" e encomendou a Monnot canções que tratassem unicamente do passado de Piaf nas ruas.
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Em Março de 1937 Édith estreia-se como cantora de música de salão, e torna-se imediatamente uma grande vedeta da canção francesa, adorada pelo público e difundida pela rádio. Ainda no fim da década de 30, Piaf triunfa na Bobino, famoso music-hall parisiense, assim como no teatro em 1940 na peça de Jean Cocteau "Le Bel Indifférent", escrita especialmente para ela, em que contracenou com o seu então companheiro, o actor Paul Meurisse. Édith começa aí a conhecer pessoas famosas como o poeta Jacques Borgeat.
Em 1944 em Paris, ela descobre o jovem cantor Yves Montand que viria a ser seu parceiro e amante. Dentro de um ano ele torna-se num dos cantores mais famosos de França. Piaf acaba o relacionamento quando ele está perto de alcançar o mesmo sucesso dela. Ainda em 1944 o pai de Piaf morre, e, no ano seguinte, ela também perde a sua mãe.
Édith começa a escrever canções, sendo auxiliada por compositores na parte musical. Contudo, em 1945, Piaf escreveu, sem a ajuda de quem quer que seja, um de seus primeiros títulos: "La Vie en Rose", gravada em 1946 é a canção mais célebre dela e tornou-se num clássico.

Nesse tempo Piaf fazia muito sucesso em Paris e por toda a França. Após a guerra, tornou-se famosa internacionalmente, actuando pela Europa, Estados Unidos e América do Sul. Entretanto, no início ela teve pouco sucesso entre o público norte-americano. Mas, após a publicação de um artigo de um proeminente crítico de Nova Iorque, Piaf viu o seu sucesso crescer ao ponto da sua popularidade a levar a apresentar-se oito vezes no Ed Sullivan Show e duas vezes no Carnegie Hall.
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No aspecto amoroso Édith Piaf teve vários romances. Os mais conhecidos foram com Marlon Brando, Yves Montand, Charles Aznavour, Théo Sarapo, Georges Moustaki e Marcel Cerdan.
Numa tournée em Nova Iorque, em 1948, conhece o pugilista francês Marcel Cerdan, com quem inicia um tórrido romance. Cerdan vivia em Marrocos e morreu num acidente de aviação em 1949 num voo de Paris para Nova Iorque, onde a iria reencontrar. Arrasada pelo sofrimento, Édith Piaf toma fortes doses de morfina. O seu grande sucesso "Hymne à l'amour" e "Mon Dieu", foram cantados por Édith em sua memória. Marcel Cerdan é tido como o grande amor da sua vida. Em 1951, o jovem cantor Charles Aznavour converte-se em seu secretário, assistente, chofer e confidente. Ela ajudou-o na sua carreira, levando-o em tournée pelos Estados Unidos e por França, tendo gravado algumas de suas músicas. Em 1952 casa-se com o célebre cantor francês Jacques Pills, do qual se divorcia em 1956.
Começa uma história de amor com Georges Moustaki ("Jo"), que Édith lança para a música. Ao seu lado sofreu um grave acidente automobilístico no ano de 1958 e piora o seu já deteriorado estado de saúde e a sua dependência da morfina. Édith grava um novo sucesso, a canção "Millord", da qual Moustaki é o autor.
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Uma vida de boémia, as privações na infância, o vício da morfina e o hábito do álcool, formaram uma combinação perigosa que pôs um fim precoce à vida da cantora Édith Piaf, falecida aos 47 anos de idade. Já doente, retirara-se de Paris, de um apartamento que ocupava há muitos anos, para ir morrer perto de Grasse, no dia 10 de outubro de 1963. Com ela a França perdeu a maior das suas chansonnières. Cantora e compositora imortal, as suas letras retrataram, em tom de drama ou de alegre sátira, uma boa parte da história social e amorosa dos parisienses do século XX, levando a sua voz peculiar, inconfundível e tornada universal a todas as partes do mundo, como símbolo do renascimento francês depois da desastrosa experiência da IIª Guerra Mundial. Édith Piaf está sepultada no cemitério do Père-Lachaise, em Paris.

Fonte: wikipédia / outros sites internet

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Que venham mais bébés !!!


Recados Para Orkut - RecadosOnline.com



Ontem a minha amiga Suspeita do blogue http:/suspeitas.blogs.sapo.pt/ foi mãe pela 1ª vez.
Deu à luz o pequeno P. um menino muito fofinho e saudável. Assim a Suspeita acaba de contribuir para o aumento da natalidade de que o nosso país tanto necessita. Agora que começaste amiga que venham mais bébés. Claro que a seu tempo, não te assustes !!!
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À jovem mamã, ao seu "gajo", um papá babado e ao P. envio um grande beijinho de parabéns e votos de muitas felicidades.
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Envio também um beijinho à minha amiga Luana do blogue http://consentimentos.blogs,sapo.pt e imagino como deve andar nas nuvens.
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Um abraço da paginadora

sábado, 5 de julho de 2008

As crianças são o melhor do mundo

Enquanto estou a escrever este pequeno texto está a decorrer a habitual festinha do jardim de infância do meu bairro. A janela está aberta e até mim chegam as músicas infantis, cantadas por miúdos e graúdos. Assistem os pais e também muitos avós ( o que é bom ), embevecidos com as representações teatrais, rodinhas e cantigas das suas crianças. De vez em quando não resisto a dar uma espreitadela. Muitas das crianças são minhas vizinhas outras estou habituada a encontrá-las a caminho de um pequeno parque infantil próximo, que faz as suas delícias. Ainda ontem me cruzei com o grupo dos mais pequeninos, em fila indiana, agarrados aos bibes uns dos outros com uma mão, enquanto a outra segurava ou um pequeno brinquedo ou a ... chucha.
Lindas! Onde há crianças por perto há sempre alegria, brincadeira, muita animação. Agora é tempo de férias, de descanso para retemperar forças para o próximo ano, o que para muitos significa sair do jardim de infância e ingressar no 1º ano do ensino básico. Por isso criançada aproveitem bem as férias e divirtam-se.
Como o tema deste post são as crianças lembrei-me do que prometi, a dois grandes amiguinhos meus na passada semana e assim publico aqui dois trabalhos seus, sob anonimato, como prometido evidentemente.
O primeiro trabalho é uma tela pintada no colégio pelo meu amiguinho D. de 6 anos e que reproduz de uma forma assombrosa - eu não o conseguiria fazer - uma tela de Cézzanne, de que desconheço o título e o ano em que foi pintada. Quem o souber agradeço que me informe por favor. Exponho também a tela de Cézzanne para melhor se visualizarem as semelhanças entre ambas.
O segundo trabalho é uma história feita pela minha amiguinha I. de 10 anos, que eu admiro muito, porque sempre a tenho incentivado, durante algumas das nossas conversas sobre a importância da leitura para o desenvolvimento da escrita. Começando a gostar de ler desde cedo e tendo por hábito escrever pequenas histórias consegue-se ser o que ela é: uma aluna cinco estrelas a língua portuguesa (como aliás o é nas restantes disciplinas).



EIS OS RESPECTIVOS TRABALHOS:
  1. As Telas


Cézzanne

D. - 6 anos

2. A História

"A menina Antónia"

Era uma vez uma menina chamada Antónia. Antónia era princesa de Portugal, seus pais o José e a Maria eram os reis, Antónia era muito feliz. Brincava com as suas amigas Francisca e Mariana, as gémeas. Elas brincavam muito, eram as melhores amigas. Antónia saía do castelo todos os dias muito cedo para se encotrar com as suas amigas ao pé da fonte do jardim, era lá que elas se juntavam para brincarem.

Elas adoravam aquele jardim, porque para além de ser o jardim mais bonito que elas jamais conheceram e de ter o mais lindo cantar dos passarinhos e as mais bonitas flores do mundo foi lá que elas se conheceram. Foi numa bela tarde de primavera quando Antónia passeava com os seus pais, ela viu as gémeas perdidas e como o seu coração era muito bondoso sentiu obrigação de as ajudar. Foi ter com elas e ajudou-as a encontrar os pais, desde então ficaram as melhores amigas para sempre, elas eram inseparáveis.

Mas um dia quando Antónia chegou ao jardim as amigas ainda não tinham chegado, Antónia ficou admirada porque elas eram sempre as primeiras a chegar, mas Antónia achou que elas se deviam ter atrasado e esperou, esperou e nada, as gémeas nunca mais chegavam. Antónia ficou preocupada e foi a casa delas. Quando chegou à casa das suas amigas só havia caixotes por todo o lado, Antónia perguntou às amigas o que se passava e elas lavadas em lágrimas disseram-lhe que os seus pais tinham arranjado um trabalho melhor em França e que, infelizmente elas iriam mudar-se, para lá viver.

Antónia nem queria imaginar como seria se as amigas se fossem embora, por isso disse-lhes que iria pedir aos seus pais José e Maria, uma vez sendo reis para arranjar um trabalho ainda melhor aos pais das amigas, mas não ia valer a pena, eles estavam mesmo decididos e Antónia não podia fazer nada e ainda por cima eles iam já amanhã para França.

Antónia foi para casa muito triste, passou o dia trancada no quarto e nem queria comer. No dia seguinte Antónia levantou-se muito cedo para se ir despedir das amigas mas já era tarde demais, elas já tinham embarcado para França. Antónia ainda estava mais triste por nem sequer se ter despedido das amigas.

Os seus pais começavam a ficar preocupados com a filha e achavam que ela estava muito triste e sózinha, por isso resolveram dar-lhe uma maninha, quando Antónia soube , por um lado ficou feliz mas por outro achava que a sua irmã não iria conseguir substituir as amigas.

Passaram-se nove meses e a sua irmãzinha estava prestes a nascer, até que numa tarde de primavera no mesmo dia em que tinha conhecido as amigas a sua mana tinha nascido, Antónia foi chamada à sala de partos e quando pegou na sua irmã e a olhou nos olhos percebeu que uma irmã ou um irmão era a melhor coisa do MUNDO e também percebeu que não havia amigo ou amiga alguma que fosse capaz de substituir o amor de irmãos.

I. - 10 anos

xxx

Então que acham? Estamos ou não perante dois belos trabalhos? Parabéns aos meus dois amiguinhos. Realmente as crianças são o melhor do mundo. Há pois que contribuir para que o mundo em que vivemos seja também o melhor dos mundos para as crianças.

Um abraço

sábado, 28 de junho de 2008

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DEDICADO A TODOS OS MEUS AMIGOS PROFESSORES EM MAIS ESTE FINAL DE ANO LECTIVO

sábado, 21 de junho de 2008

Sábado solitário

Sábado à noite.

Início de mais uma edição da feira anual de São João, festividade que continua a merecer dos eborenses um grande carinho. São noites de folia, onde o encontro com os amigos se faz, muitas vezes ao redor da mesa de uma tasquinha de comes e bebes, ouvindo música ou ficando apenas a observar o corropio das gentes subindo e descendo pelas ruas do rossio de S. Brás.
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E eu que faço em casa? Simplesmente recusei um convite para sair, uma vez mais. Agora lamento tê-lo feito. A nostalgia invadiu-me, vieram-me à memória outros tempos, outras noites de Verão em que eu não recusava nenhum convite de amigos ou familiares para sair. Em que não me permitia pensar sequer em falhar um único concerto musical, tomar aquele café no quiosque da Delta, no meio do pó,do barulho,dos acotovelamentos. Mas que sabor tinha aquele cafézinho, mesmo tomado em copo de plástico.
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Outros tempos em que todos estavamos menos "ocupados" connosco próprios, em que a vida apetecia ser vivida mais intensamente.
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E, inevitávelmente as lágrimas começaram a deslizar-me pelas faces. No íntimo eu já calculava que não deveria ter ficado em casa, logo num sábado à noite, em época de feira, época para mim cheia de recordações felizes e despreocupadas. Mas eu não aprendo nunca!!!
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Lanço daqui um pedido de ajuda aos meus amigos. Por favor quando eu recusar uma saída obriguem-me a ir, empurrem-me porta fora, nem que seja arrastada pelos cabelos. Porque após os primeiros momentos eu apreciarei o vosso gesto e, pelo menos estarei bem mais feliz e melhor disposta do que estou neste momento.
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Estarei certamente sem lágrimas e sem o peso desta "solidão acompanhada", lágrimas que por vezes têm que ser disfarçadas, secas à pressa mas que interiormente continuam a cair, sem contudo me proporcionarem qualquer alívio.
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Peço desculpa pelo desabafo mas como tinha que fazer algo, nesta noite de Verão, deste sábado à noite resolvi abrir o coração. É tão fácil assim, porque olhos nos olhos convosco já é outra história.
Acreditem!!!
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Um abraço

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Quando eu nasci

Obrigado mãe !!!

Quando eu nasci

ficou tudo como estava.

Nem homens cortaram veias

nem o sol escureceu,

nem houve estrelas a mais...

somente,

esquecida das dores

a minha mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,

não houve nada de novo

senão eu.

As nuvens não se espantaram,

não enlouqueceu ninguém...

Para que o dia fosse enorme

bastava

toda a ternura que olhava

nos olhos da minha mãe.

( Sebastião da Gama)

quinta-feira, 12 de junho de 2008

O MANIFESTO

Decidi que este post de hoje devia ir ao encontro da proposta feita pelo J.G. no O Sino da Aldeia. Foi proposto pelo autor do blog que, quem desejasse comentar o seu post sobre o trabalho, preveligiasse a criatividade ao invés do trabalho. Trago aqui umas ideias interessantes, não são minhas embora subscreva sem problemas a maioria delas. Nesta altura do ano, em que o calor começa a apertar até a criatividade começa a dar muito trabalho cá pelo Alentejo. Os neurónios param e chega-me cá uma moleza... ou seja cria-se na minha cabeça um imenso deserto de ideias. Quando isso acontece o melhor é mesmo parar e ficar à espera que a crise passe. Agora vou passar a palavra a Tom Hodgkinson.
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A religião da Indústria transformou os seres humanos em robots
A imposição da disciplina do trabalho a sonhadores despreocupados escraviza-nos a todos
A alegria e a sabedoria foram substituídos pelo trabalho e a preocupação
Há que defender o nosso direito de sermos preguiçosos
É no nosso ócio que nos fazemos o que somos; é quando preguiçosos que alcançamos o autodomínio
Os empregos roubam-nos o tempo
A Produtividade e o Progresso conduziram à ansiedade e ao mal-estar
A Tecnologia aprisiona-nos ao prometer libertar-nos
As carreiras são fantasmas
O dinheiro é uma criação da mente
Podemos criar o nosso próprio paraíso
A liberdade acarreta a responsabilidade
Nada tem de ser feito
Sê bom para ti mesmo
Fica na cama
A inacção é a nascente da criação
Arte, gente, vida
Pão, presunto, cerveja
Vive primeiro, trabalha depois
O tempo não é dinheiro
Pára de gastar
Deixa o teu emprego
Estuda a arte de viver
Vive devagar, morre velho
Não te comprometas
Aprende nada
Faz nada
Sê ocioso!

Tom Hodgkinson in Os Prazeres do Ócio: 24 horas, 24 maneiras de não fazer nada
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Este livro foi considerado pela Time Out como " Um dos manifestos mais provocadores, divertidos, subversivos e francamente relevantes desta ou de qualquer outra época". Os Prazeres do Ócio foi o seu primeiro livro. Hodgkinson é filho de jornalistas, trabalhou numa loja de skates e numa revista até ser finalmente despedido. Com o subsídio de desemprego na mão ( não é idêntico ao de Portugal obviamente) lançou em 1993 uma revista onde ainda hoje finge que trabalha e cujo título The Idler ( O Ocioso) faz juz à filosofia defendida pelo autor. Filosofia que Hodgkinson tão bem defende baseando-se em outros ociosos famosos como Oscar Wilde ou William Blake. É verdadeiramente um prazer ler este livro, ainda vou a meio, leio-o por capítulos, devagar, para não me cansar e ter algo sempre que fazer porque como também refere Hodgkinson citando O. Wilde "... não fazer nada dá muito trabalho..."
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Um abraço

segunda-feira, 9 de junho de 2008

§§§§§§§

Depois do Euro vamos rir de quê? Da factura que vamos ter de pagar, junto a todas as outras que temos acumuladas? Abram os olhos portugueses !!!

Um abraço


domingo, 8 de junho de 2008

Que tal um skate?





Com as várias subidas da gasolina e do gasóleo, nos últimos tempos eis o que este blogue sugere, para minorar um pouco a dramática crise, que atravessamos. Sabemos que os tempos actuais não estão para graças mas é preferível sermos nós, portugueses a brincar um pouco com toda esta situação do que deixarmos sistemáticamente que outros brinquem connosco.


Um abraço

sábado, 7 de junho de 2008

E o Brasil aqui tão perto ...

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Sem comentários!!!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Boa Disposição, sol e livros

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Hoje acordei com uma disposição dos diabos, cheia de energia e força para levar por diante mais um dia de trabalho. Tenho que o aproveitar bem, assim como este sol revigorante e bom tempo que tem tardado em nos visitar últimamente. Para tal nada melhor do que após o trabalho dar um salto à feira do livro a decorrer até ao final da semana na Praça do Giraldo.
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Metida na concha como tenho estado nos últimos tempos ainda não estou a par das últimas novidades editoriais. E tenho que usufruir de alguns dos descontos oferecidos porque a vida não está nada fácil, nem sequer para me esticar na compra de mais um ou outro livro - objecto que para mim nada tem de superfluo, antes pelo contrário porque, se o pão é essencial para o corpo o livro alimenta o espírito - sem o referido desconto.
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Ultimamente tenho estado a reler A Sombra do Vento de Carlos Ruiz Zafón, que recomendo vivamente a quem ainda não leu. Comecei também a ler, no início da semana Viver com Fibromialgia de Maria Elisa Domingues e Prof. Dr. Jaime C. Branco no intuíto de perceber se este livro me traz algo de novo, que eu ainda não saiba, infelizmente por experiência própria. Depois deixarei aqui a minha opinião sobre este livro.
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E pronto! Hoje fico por aqui porque quero reservar alguma energia para o final da tarde para um dos meus passatempos favoritos que é pegar, folhear, ler pequenos pedaços dos meus cada vez melhores companheiros dos últimos tempos.
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Um abraço


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Livros que leste.
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Livros que não leste.
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Livros que não podes deixar de ler.
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Livros que podes deixar de ler.
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Livros já lidos sem sequer ser preciso abri-los.
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Livros que se tu tivesses mais vidas para viver certamente também os lerias.
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Livros demasiado caros que esperas poder comprar em saldos.
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Livros que podes pedir a alguém que tos empreste.
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Livros que todos leram, portanto é quase como se tu os tivesses lido também.
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Livros que há tanto tempo planeias ler.
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Livros que queres possuir para os teres à mão em todas as circunstâncias.
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Livros que poderias pôr de lado para leres talvez este Verão.
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Livros que fariam muito jeito para equilibrar a perna do sofá.
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Livros que te inspiram uma curiosidade repentina, frenética e não justificável.
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Livros lidos há tanto tempo que seria hora de os releres.
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Livros que fazes conta que leste e que seria hora de te decidires a lê-los de facto.
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Italo Calvino
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imagem e texto retirados DAQUI

terça-feira, 3 de junho de 2008

Regressei com... as minhas farpas


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«Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão.»
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Eça de Queirós

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Um mês!!!
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Um enorme mês em que fiquei - na maior parte do tempo por imposição própria - sem escrever no páginas e sem visitar os meus amigos.
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Terminou hoje o prazo a que me sujeitei para reflectir se havia ou não de continuar por aqui, a escrever meia dúzia de frases ou a colocar umas imagens da net. Porque existem dias em que não me é mesmo possível fazer mais que isso.
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Decidi continuar, seja de que maneira for. Sou teimosa e mesmo que por vezes me ausente por períodos mais longos é aqui que me sinto bem. É nesta minha humilde casa que sou um pouco mais feliz.
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Agradeço publicamente todas as manifestações de carinho e de preocupação que me foram chegando e peço desculpa a todos os amigos que "abandonei" durante este tempo mas, o que interessa agora é que cheguei.
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Cheguei com saudades dos meus amigos mas, também com uma enorme vontade de desabafar sobre a cada vez mais revoltante situação do país. Triste país este que se deixa amesquinhar, cada vez mais por uma classe de burocratas, autócratas e tecnócratas que se foram instalando ( e de que maneira ) e que tudo vão secando à sua volta.
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Até quando minha gente vamos conseguir aguentar esta situação? Quero aproveitar para, desde já informar de que não sou comunista, nem bloquista, nem psdista ou cdsista, nem tampouco sucialista neoliberal. Não possuo nem nunca possuí qualquer cartão partidário. Isso porque não calhou, como é evidente.
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Posso falar aberta e livremente, sobre o que me apetecer, estar presente nos eventos, encontros ou jantares-convívios para que me convidem ( só que não convidam!!! ), sem correr o risco de levar puxões de orelhas ou até mesmo de ser expulsa daqui ou dali. Se tivesse cartão também não me coibiria de o fazer. É para isso que vivemos em democracia. Não ouço é muitas vozes a questionar o estado a que este pobre país chegou. Estarei a ficar surda?
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Como diz o outro eu também vou andar por aí...
De olhos bem abertos e sempre de língua afiada. Quem não gostar que ponha fitas.
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Um abraço desta paginadora agora de regresso.

domingo, 4 de maio de 2008




Para ti minha mãe...

sábado, 3 de maio de 2008

Lembrança de um amor antigo


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Folheio as páginas devagar, como se fosse toda a minha vida que precise revolver. O perfume ainda perdura dentro delas, almas gémeas, irmãs minhas tão abandonadas, desde que no seu seio deixei aquela flor, lembrança de um amor antigo, que o coração teimou em esquecer. Páginas agora relembradas, cuja fragância aspiro, já sem sofrer, sem temer que fantasmas idos voltem novamente para me assombrar. Mas hoje já nada resta. Nem perdão! Nem castigo!



quinta-feira, 1 de maio de 2008




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Meu Maio

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A todos
Que saíram às ruas
De corpo-máquina cansado,
A todos
Que imploram feriado
Às costas que a terra extenua –
Primeiro de Maio!
Meu mundo, em primaveras,
Derrete a neve com sol gaio.
Sou operário –
Este é o meu maio!
Sou camponês - Este é o meu mês.
Sou ferro –
Eis o maio que eu quero!
Sou terra –
O maio é minha era
!

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000000000000 Vladimir Maiakovski

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Façamos todos deste 1º de Maio mais um dia de luta e de resistência àqueles que nos querem silenciar, cercear na nossa liberdade, fazer abdicar dos nossos direitos. Juntos iremos conseguir! Juntos conseguiremos vencer! Um abraço solidário.

quarta-feira, 30 de abril de 2008


E assim se fez Abril !!!

terça-feira, 29 de abril de 2008

Bau de recordações

Uma luz na escuridão - foto de Miguel Lucena

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És mar revolto,
vadio
guardião de almas penadas,
torturadas,
sem abrigo e sem calor
a quem só a luz da madrugada
estende o seu manto
e acaricia
és onda que transporta nos braços,
alvoraçada a sua esperança
quando ao romper do dia
o sol aquece o espaço frio
num gesto de amor e rendição
beijas a terra fértil
amada
voltas a sonhar... a ser criança
faroleiro de almas perdidas,
meu eterno guia...

sábado, 26 de abril de 2008

Revolução

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Como casa limpa
Como chão varrido
Como porta aberta
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Como puro início
Como tempo novo
Sem mancha nem vício
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Como a voz do mar
Interior de um povo
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Como página em branco
Onde o poema emerge
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Como arquitectura
Do homem que ergue
Sua habitação
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27 de Abril de 1974
Sophia de Mello Breyner Andresen

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Construamos hoje um Abril para o futuro!





VIVA O 25 DE ABRIL! VIVA A LIBERDADE!




quinta-feira, 24 de abril de 2008


A Revolução a caminho ...




Entusiasmo popular



Capitão Salgueiro Maia






imagem - símbolo de Abril



O povo é quem mais ordena





Cantar Abril



Militares de Abril

25 de Abril sempre !


34 anos após a revolução dos cravos, e depois de tanto se ter escrito sobre a mesma , quero também deixar aqui, hoje o meu testemunho sobre as recordações que me ficaram desse dia, que tanto me marcou e que mudou completamente a face de Portugal que definhava sob o jugo de uma ditadura caduca, fechada sobre si mesma e fortemente amparada por uma feroz polícia política.

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Em 1974 frequentava eu o ciclo preparatório em Évora, no Santa Clara, antigo convento de freiras, transformado em escola pública. O dia tinha começado de forma normal, as primeiras aulas também decorreram normalmente mas recordo que a meio da manhã já era notório um certo burburinho, uma certa desorientação e incerteza entre os professores e o pessoal auxiliar.

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Entretanto aconteceu que o Santa clara foi "invadido" por estudantes da Escola Industrial e Comercial de Évora e do Liceu Nacional de Évora. Os "grandes" , que nós mais novos tanto admirávamos começaram a distribuir panfletos e a dizer que estava a decorrer uma revolução no país para derrubar o Governo.


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Os professores foram aconselhados a mandarem os alunos para casa. Nessa tarde não haveria mais aulas. Eu desandei rápidamente para casa com o meu grupo habitual de vizinhos. As pessoas falavam umas com as outras à porta de casa, em sussurros e assustadas com a situação que, para a maioria ainda estava indefinida.


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Para nós miúdos tudo aquilo era novidade, revolução era uma palavra misteriosa mas atractiva. Pouco depois de chegar a casa chegou o meu pai, que saiu mais cedo do trabalho, correu para o ciclo para me apanhar e já o encontrou quase deserto. Levámos o resto do dia a ouvir as notícias, tentando acompanhar o desenrolar dos acontecimentos.


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O meu pai ia ficando mais descontraido, à medida que as horas avançavam. Ele tinha amigos e conhecidos que desde há muito tinham passado para o outro lado da barricada, homens corajosos que ousaram afrontar o regime ditatorial. Uns tinham caído nas malhas da PIDE, outros viviam no anonimato tentando sobreviver conforme podiam, com a ajuda de familiares e amigos.


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Nos dias que se seguiram ao 25 de Abril de 1974, fui à minha maneira inteirando-me de muitas coisas novas e que me iam fazendo sonhar com um futuro e um país diferente do que foi dado viver à geração dos meus avós e dos meus pais.


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Apesar das muitas vissicitudes, erros e excessos políticos, que ocorreram nestas últimas 3 décadas sou uma fã incondicional da Democracia, proporcionada pela revolução dos cravos. Fui aprendendo ao logo destes 34 anos a dar valor a algo que para mim é inestimável: a Liberdade.


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Liberdade que só foi possível alcançar graças aos corajosos Capitães de Abril. Graças à luta e resistência de tantos homens e mulheres anónimos do meu país. A eles eu continuarei eternamente reconhecida. Por isso digo:



25 de Abril sempre !



terça-feira, 22 de abril de 2008

Regressei

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Não têm sido fáceis para mim estes últimos meses. Regressei a uma "quase" normalidade da minha vida quotidiana. Ponho o quase entre aspas porque essa normalidade é bastante relativa. Ainda pairam sobre a minha cabeça demasiados fantasmas, demasiadas angústias e interrogações. E se ...?


Tenho vivido estes últimos tempos a caminho e dentro de hospitais. Meu Deus, já era para me ter livrado deste cheiro enjoativo a remédios e tratamentos, mas não !!!


O cheiro persegue-me para além das paredes onde deveria estar confinado. Persegue-me o cheiro e o medo. Persegue-me o medo e a revolta. E a impotência também, o realizar que nada posso contra a adversidade quando ela teima em me bater à porta e, não obstante a minha recusa ela teima, empurra a porta e entra sem autorização. Entra de rompante e põe-me a vida de pernas para o ar. Mal me dá tempo para respirar.
Não me deixa espaço de manobra para me defender, ao menos para me defender já que para lutar não tenho forças suficientes. Confesso que estou exaurida das poucas forças que me restavam, confesso que na maior parte das vezes apenas penso em me atirar ao chão e deixar-me ficar.
Mas, e depois de atirada a toalha ao tapete ? E os outros, os que me cercam, que precisam de mim apesar dos meus poucos préstimos para lhes valer? É por pensar neles que ainda não baixei totalmente a guarda, que faço os possíveis e os impossíveis para me manter à tona. Só por pensar neles.



sábado, 12 de abril de 2008




DESEJO A TODOS UM BOM FIM-DE-SEMANA

domingo, 6 de abril de 2008

Fiama Hasse Pais Brandão





Por giestas, tojo e trevo
um dia abandonei-me. A medo,
na giesta roçar a espádua,
e no tojo a pele dos artelhos.
Dor, mágoa nesse caminho,
um dia seco entre montes.


Alcantilado amarelo,
crua miragem, passei
crente do amor e alma
que haviam de jorrar
para os inocentes.
Mas quem me dava
inocência ou magia?


Quem me conduzia
em caminhos de soleiras
de casa a casa vivas,
entre a giesta e o tojo?
Só o trevo me salva
da cega dor. Delíquio
entre flores minhas
que na Primavera
recobrem toda a estrada.


Eu vi, andei, e o meu pacto
de andar caminhos pobres
mais pobre foi no tojo.
Mais belo, alto, na giesta
o corpo consolou-se
e aceitou essa via
ao longo da estrada amarga.


Julgo que a obra de Fiama Hasse Pais Brandão, de que sou fã - embora reconheça não saber muito sobre o seu trabalho como dramaturga - é pouco conhecida entre nós, isto provavelmente devido à fraca divulgação que a sua obra tem tido, o que se passa com a maioria dos nossos "fazedores" de Cultura. Por esse motivo aqui deixo, humildemente estas breves palavras para que fiquemos a conhecer um pouco melhor mais um grande vulto das nossas letras.
Fiama nasceu em Lisboa, no ano de 1938. Notável poetisa mas também dramaturga, ficcionista e ensaísta. Viveu até aos dezoito anos de idade em Carcavelos, numa quinta tendo-se depois mudado para Lisboa onde viveu até 1992 para voltar a partir desta data a viver numa quinta. Foi aluna do St. Julian's School durante dez anos e frequentou o curso de Filologia Germânica na Universidade de Lisboa.
Fez crítica teatral, pesquisa histórica e literária sobre o séc.XVI em Portugal. Trabalhou como tradutora de Alemão, Inglês e Francês, de autores como John Updike, Bertold Brecht, Antonin Artaud, Novalis, Anton Tchekov e do Cântico Maior, atribuido a Salomão. Revelada, como Gastão Cruz, no movimento Poesia 61, que revolucionou a linguagem poética portuguesa dos anos 60, Fiama veio a demonstrar ser uma das principais vozes poéticas da sua geração. A sua obra caracteriza-se por uma grande densidade da palavra, o uso de uma poesia discursiva, por vezes fragmentária e sempre entrelaçando no discurso a metáfora e a imagem.
Escreveu o seu primeiro livro, Em Cada Pedra Um Voo Imóvel em 1958. Em 1961, com Morfismos, participou na publicação colectiva Poesia 61 - designação que foi dada a um conjunto de cinco «plaquettes» de poesia então publicadas, com a intenção de contribuir para a renovação da linguagem poética). No mesmo ano, foi editada a sua primeira peça de teatro, distinguida com o Prémio Revelação da Sociedade Portuguesa de Escritores.
Além da poesia e do teatro, a obra de Fiama estende-se aos domínios do ensaio, da ficção e também como já disse da tradução.
Fiama foi distinguida por duas vezes com o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, respectivamente em 1996 e em 2000.

Algumas obras de poesia :

Morfismos (1961)
Barcas Novas (1967)
Novas visões do passado (1975)
Homenagemàliteratura (1976)
F de Fiama (1986)
Três Rostos (1989)
Movimento Perpétuo (1992)
Epístolas e Memorandos (1996)
Cenas Vivas (2000)
As Fábulas (2002)

Teatro:

Os Chapéus de Chuva (1961)
A Campanha (1965)
Quem Move as Árvores (1979)
Teatro-Teatro (1990)

Prosa:

Em Cada Pedra Um Voo Imóvel (1958)
Movimento Perpétuo (1991)
Sob o Olhar de Medeia (1998)



Nota: neste post foram utilizadas fontes diversas na sua maioria disponíveis na Internet